Sobre Nós

Igreja Matriz de Ereira
Igreja Matriz de Ereira
 Largo Dos Cafés
Largo Dos Cafés

A Ereira fica situada no limite do concelho do Cartaxo, confrontando com Maçussa e Manique do Intendente, pertencentes ao concelho de Azambuja. No período da crise política e dinástica de 1383-85, a Ereira viria a figurar na História de Portugal, pelo facto de Nuno Álvares Pereira ter pernoitado ali quando se deslocava para Lisboa. Na Memória Paroquial da Ereira, de 1758, são identificados como principais produtos o vinho, o azeite e os cereais. O documento refere que, para além das "indústrias agrícolas, tais como os lagares de vinho e de azeite, moinhos de vento e fornos de pão, depois do terramoto de 1755, existia ainda na Ereira um forno de cal". A Ereira encontra-se situada na zona do Bairro, onde se produzem alguns dos mais afamados vinhos que prestigiam o concelho do Cartaxo.  

História Do Rancho


Em meados de 1994, um grupo de crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, frequentavam o ATL (Actividades de tempos Livres) de Ereira, onde realizam diversas actividades, entre as quais, o folclore.

 Actividade sugerida e desenvolvida pelas próprias crianças, salientava algumas com maior aptidão, as quais estimulavam e incentivavam o resto do grupo a ensaiar alguns passos de folclore ao som de cassetes de grupos folclóricos da região. 

Em Agosto de 1994, participaram nos festejos tradicionais da freguesia, com algumas danças que ensaiaram. Nessa altura, o grupo foi observado e aplaudido pelo Rancho Folclórico de Vale da Pedra (que mais tarde se tornou o padrinho do nosso grupo) e dois dos seus elementos prestaram-se a ensaiar semanalmente o pequeno grupo de crianças. 

Com este apoio surgiu o Rancho Folclórico da Ereira, agora com passos de verdadeiro folclore, inicialmente infantil. Com a entrada de muitos jovens da freguesia foram formados dois grupos, um infantil e outro juvenil. Familiares e voluntários da terra, constituíram a tocata, que tal como o grupo, não possuía qualquer tipo de experiência e com alguma insistência, preserverança e ajudas exteriores, acompanhavam o grupo e dançarinos. Realizaram-se peditórios, festas e pedidos de apoios às autarquias. 

A população foi-se envolvendo progressivamente e contribuindo quer para a estabilidade monetária e aquisição de instrumentos, quer para o reportório musical e trajos típicos. Iniciaram-se as recolhas musicais junto de populares, sobretudo dos mais idosos, que muito colaboraram na reconstituição das cantigas e coreografia que animavam os bailaricos de outrora.

Esta pequena aldeia possuía uma grande riqueza em tradições e cantares populares, as quais fazem parte deste povo rural, da sua ligação à terra e da sua vida diária. Na década de 40, o escritor Alves Redol, que elaborou a obra " Cancioneiro do Ribatejo", esteve em contacto com um amigo da terra, Gilberto Bona da Silva, que o auxiliou e lhe transmitiu a recolha de músicas populares, que são o espelho da chama e do sentir deste povo. 


O Ribatejo desde sempre deu e recebeu influências, sobretudo nas deslocações dos trabalhadores de norte a sul , para participar nas fainas sazonais. Essas influências reflectem-se nos cantares, nas danças e no folclore. É grande a variedade de cantigas populares que são conhecidas noutros locais do país, mas aqui as letras são modificadas e adapatadas aos hábitos e costumes, dando sempre um toque de bairrismo e orgulho da aldeia.

Os temas cantados, são sobretudo o Meio, o Homem e o Trabalho, que constituem uma trilogia do dia-a-dia, uma ligação inseparável do homem e a labuta do ganha pão. É claro que os temos relacionados com o Amor também são muito frequentes. Tudo isto, é no entanto encarado com muita alegria e brejeirice, que faz destas gentes um povo alegre, hospitaleiro e corajoso nas várias situações da vida.

Recorreu-se também à obra "Ereira - uma Aldeia do Concelho do Cartaxo", que possui uma vasta recolha quer de cantigas, quer de toda a história e hábitos da aldeia.

Posteriormente, foi feita a recolha de trajes, da mesma forma que a maioria das cantigas, junto da população. Através de peças de vestuário ainda existentes, de descrições pormenorizadas e de fotos particulares, foi possível obter traços fundamentados e reconstituir diversos trajes usados outrora, no campo e suas lides, em festas e romarias, nas camadas mais pobres e nas mais abastadas.

Reproduziram-se trajes domingueiros, trajes de fazendeiros abastados, camponeses, vindimadeira, lagareiro, podador, lavadeira, criada, padeira, mondadeira, lavrador, pastor, cocheiro, noivos e traje de Adiafa. Todos estes trajes, demonstram também que apesar de em pequena escala, se desenvolveu ao longo dos tempos, uma cultura diversa com níveis sociais demarcados.

Zona rica em lendas e tradições, com vestígios de povos muito antigos, possui ainda hoje enraizados hábitos, quer no vestuário e alimentação, quer nas coreografias e letras das canções. Actualmente, ainda se vai investigando e recolhendo dados que possibilitem cada vez mais uma revivência profunda e afirmação cultural, para que não se percam as grandes riquezas culturais da nossa pequena aldeia.

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